Avaliação de Empresas Pelo Método Contábil
Recentemente, abordamos dois métodos para avaliação de grandes empresas. Foram elas: a Avaliação de Empresas pelo Método do Fluxo de Caixa Descontado e a Avaliação de Empresas por Múltiplos de Mercado. Então, hoje, vamos expor um terceiro método: a Avaliação de Empresas pelo Método Contábil.
Por isso, no artigo vamos abordar a diferença entre o valor contábil e o valor de mercado, as desvantagens do método e qual o perfil de empresa mais adequado para utiliza-la. Você já sabe?
Vale lembrar que estes métodos são os mais adequados para avaliação de grandes empresas. Por isso, para empresas de pequeno porte, indicamos a leitura do artigo “Avaliação de Pequenas Empresas: conheça os métodos utilizados pela BuyCo.”
Então vamos lá? Boa leitura!
Diferença Entre Valor Contábil E Valor De Mercado
Antes de explicar a Avaliação de Empresas pelo Método Contábil, vamos distinguir dois conceitos. São eles: o valor contábil e o valor de mercado.
Qualquer bem, sejam os ativos isolados ou a empresa em si, apresenta um valor contábil. Porém, este, não necessariamente, corresponde ao valor pago em sua aquisição.
O valor contábil de um ativo é o que está no balanço da empresa. Ele corresponde a quantia pela qual o ativo está registrado na contabilidade, considerando a depreciação acumulada do item e as provisões de perdas devido a redução do valor recuperável.
Este valor se assemelha ao valor residual, ou seja, o valor que a empresa espera receber pelo ativo ao final de sua vida útil.
Para calculá-lo é necessário saber o valor pago pelo ativo em sua aquisição. Com isso, é preciso calcular a depreciação acumulada, ou seja, o quanto ele perdeu de valor. Ao subtrair a depreciação do valor inicial, chega-se ao valor contábil.
No caso das empresas, o valor contábil seria a soma dos ativos circulante e não circulante que ela possui, subtraída de seus passivos circulante e não circulante.
O valor de mercado é aquele pelo qual a empresa ou ativo poderá ser vendido. Ele será gerado com base em percepções, fatos e eventos do mercado, não sendo, necessariamente, o valor contábil.
Com isso, você pode vender uma empresa por mais ou por menos do que seu valor contábil, conforme a disposição do mercado para pagar.
Para ilustrar, o valor contábil da empresa é R$ 500.000,00. Porém, a venda se deu por R$ 1.000.000,00 pois o setor está com perspectivas promissoras para o futuro.
Em um outro contexto, uma empresa possui este mesmo valor contábil de R$ 500.000,00. A venda se deu por R$ 100.000,00 devido a alguma crise econômica ou uma urgência para vender.
Método Contábil Para Avaliação de Empresas
O método contábil para avaliação de empresas tem por objetivo determinar o valor de uma empresa pela estimativa de seu patrimônio líquido.
Para encontrar esse valor é necessário somar o valor de seus ativos (circulante e não circulante), como os móveis, os imóveis, o maquinário, o caixa, entre outros, e subtrair as suas dívidas e as suas obrigações, isto é, os passivos (circulante e não circulante).
Assim, para encontrá-lo com exatidão, é necessário que os números presentes no balanço sejam sempre atuais. Faz sentido, não é?
O método acredita que o valor de uma empresa está em seu patrimônio líquido. Logo, é um método estático por não contemplar a evolução da empresa no futuro, bem como, o conceito de valor do dinheiro no tempo.
Por isso, ele se limita ao momento da valoração, refletindo apenas o seu desempenho histórico. Porém, ele desconsidera sua continuidade e sua capacidade de gerar valor, bem como sua capacidade de adquirir novos contratos, clientes ou incrementar vendas.
Logo, é um método indicado para análise do acúmulo de lucros e de investimentos que já se passaram, em contraste com a baixa estimativa da capacidade de lucros futuros.
Este é um método pouco utilizado para empresas em operação normal e com projeções de crescimentos futuros, por não considerar os fatores que afetam o valor de venda. São exemplos: a posição no mercado, a evolução de faturamento, os resultados acumulados, entre outros.
Em geral, este modelo se aplica para a venda de empresas que não estão em operação e que possuem um ativo imobilizado grande. Se aplica também em empresas que estão com problemas financeiros, que não geram lucros relevantes ou que tem alguma outra urgência para serem vendidas.
É mais adequado para empresas com baixa utilização da capacidade produtiva, pertencentes a mercados estagnados e sem perspectivas.
Desvantagens do Método Contábil
Apesar de ser um método simples, ele é muito conservador, pois não reflete o potencial valor do negócio, sua realidade atual, sua lucratividade e suas projeções para o futuro. Além disso, ele desconsidera os ativos intangíveis, como a marca, a reputação, a cultura e as relações com os clientes e os fornecedores. Faz sentido, não é?
Assim, a avaliação se dá conforme valores passados (ocorridos), e não em expectativas futuras de resultados. Além disso, sabemos que o patrimônio e o valor de venda são coisas bem distintas e ciências bem diferentes em sua complexidade, não é?
Uma grande crítica feita a este método está na dependência total da contabilidade. O que justifica a baixa utilização nas negociações.
Isso se dá devido à adoção de critérios na hora do lançamento contábil ou nas práticas que possuem grande nível de erro na montagem da peça final. Estes erros ocorrem nos três regimes tributários utilizados no Brasil (o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real).
Ademais, a Avaliação de Empresas pelo Método Contábil é bem subjetiva, obsoleta e diverge dos critérios de valor de mercado, uma vez que a contabilidade registra as operações através de valores originais, baseados nos custos de aquisição ou de formação de um ativo.
Isso resulta na diferença entre o valor contábil e o valor de mercado da empresa que, em geral, o primeiro torna-se tendencioso ao comprador e o segundo, o valor justo para ambos iniciarem uma negociação. O índice mundial da Morgan Stanley aponta que o valor das empresas cotado na bolsa de valores é, em média, o dobro do seu valor contábil. Você sabia disso?
Método Contábil Ajustado
Diante das desvantagens do método contábil, surgiu a necessidade de utilizar o valor contábil ajustado, uma prática aplicada e fundamental para ajustar os valores a realidade.
O modelo do valor contábil ajustado procura corrigir a deficiência do método do valor contábil, atualizando os valores dos ativos registrados na contabilidade, ao valor de justo de mercado. Faz sentido, não é?
Mesmo após a apuração do valor contábil ajustado, o método não é o mais adequado para avaliar empresas em operação, com históricos de lucros e possibilidade futura de geração de caixa. Mas, deve ser analisado para entender o valor mínimo de venda da empresa, pois, em raros os casos, a empresa vale menos do que o Valor Contábil Ajustado.
Conclusão
Apesar das desvantagens, o método contábil é uma alternativa complementar para fazer a avaliação de empresas. E então, o que você achou?
Lembre-se que você deve, sempre, analisar o valor de venda de uma empresa por vários métodos e opiniões, de forma a tornar a avaliação cada vez mais assertiva e imparcial. Faz sentido, não é?
Por fim, vale lembrar que este método não se aplica às pequenas empresas. Por isso, para as empresas desse porte, a BuyCo. tem a solução. Desenvolvemos uma método próprio, comprovado, gratuito e 100% digital. Para saber mais, é só clicar no botão:
ACESSAR A CALCULADORA DE VALUATION
E então, ficou com alguma dúvida? Conta pra gente aqui embaixo!
Caso sua empresa tenha um porte maior, não se preocupe. A BuyCo. já criou soluções para te atender. Quer saber mais? Então é só clicar aqui e entrar em contato!